25 nov A pandemia, as crianças e o estresse tóxico
A pandemia que não acaba, e o desafio está sendo um grande desafio para todos nós. A incerteza de quando teremos as vacinas, os casos novamente aumentando, parte das escolas fechadas, a responsabilidade de manter uma rotina saudável para nossos filhos, organizar a casa e ainda trabalhar em home office, além das preocupações financeiras e do medo de se contaminar e adoecer. Tudo isso eleva muito o estresse dentro de casa.
As crianças pequenas costumam imitar o comportamento dos pais. Por exemplo, se os pais estão ansiosos, inseguros e preocupados, a criança também vai sentir isso. E é aí que mora o perigo: em um cérebro em construção, se esses sentimentos forem exagerados e frequentes, isso pode ameaçar a função cerebral dos pequenos no futuro.
O que é o estresse tóxico?
Os sentimentos negativos e constantes podem gerar uma situação de estresse elevado e contínuo chamado de estresse tóxico. Ele ocorre quando as experiências vividas por uma criança são intensas o suficiente para superar a capacidade dela em lidar com o desafio, fazendo com que ela se sinta em sério perigo, impotente e sem esperança. Essa situação aumenta os níveis de cortisol, adrenalina e dos hormônios do estresse. Por conta desse aumento, pode acontecer uma perda das conexões pelos neurônios, alterando a arquitetura cerebral e ameaçando um cérebro que está em formação (o desenvolvimento cerebral de uma criança vai até os 20 anos), o que a longo prazo, pode gerar um prejuízo na função cognitiva da criança.
Na maioria das vezes, o estresse que experimentamos no dia a dia é tolerável , ou seja , temos habilidades de enfrentamento e apoio para suportá-lo. No caso das crianças isso ocorre em algumas situações como hospitalizações, doenças, mudança de casa, vacinas, nascimento do irmão… Nesses momentos se a família der apoio e acolher a criança, esse estresse será positivo, auxiliando-a a lidar com a frustração e a treinar a sua resiliência.
A boa notícia é que podemos evitar o estresse tóxico!
Primeiro cuide de si para depois poder cuidar do outro.
Avalie o que o seu filho está mais precisando, o que o faz feliz, converse abertamente sobre as dificuldades.
Abrace mais , dê carinho , elogie!