A Dra. Rejane Casagrande explica que a alergia alimentar é uma resposta exagerada do organismo a determinadas proteínas presentes nos alimentos. Considerada um problema de saúde pública, ela pode acontecer em qualquer época da vida. Na maioria das vezes, ocorre na infância, com manifestações clínicas variadas e de acordo com o mecanismo imunológico envolvido IgE mediado ou Não IgE mediado.
Tipos de alergia alimentar e os mecanismos imunológicos
- IgE mediado: a reação alérgica ocorre imediatamente após a ingestão do alimento ou em até 2 horas. Em geral, o indivíduo produz anticorpos do tipo IgE contra esse alimento, por isso os testes de IgE específica no sangue para o alimento têm resultado positivo.
- Não IgE mediado: a reação alérgica é mais tardia, ou seja, os sintomas aparecem dias após a ingestão do alimento suspeito. Nesses casos, os testes têm resultado negativo. Além disso, os sintomas mais frequentes estão relacionados ao trato gastrointestinal ou sinais na pele como, por exemplo, dermatite.
Alimentos alergênicos
- Leite de vaca;
- Ovo;
- Soja;
- Trigo;
- Amendoim;
- Castanhas;
- Peixes;
- Frutos do mar.
Obs.: vários alimentos são considerados alergênicos, esses citados acima causam maior incidência das reações alérgicas.
Sintomas de alergia alimentar
- Reações cutâneas: urticária, inchaço nos olhos, dermatites e coceira na pele;
- Reações gastrointestinais: coceira na garganta, inchaço da língua e lábios, dor abdominal, diarreia com ou sem presença de sangue nas fezes, vômitos e sintomas de refluxo;
- Reações respiratórias: congestão nasal, coceira, espirros, tosse, rouquidão, falta de ar e chiado no peito, que se iniciam de forma abrupta após ingestão do alimento;
- Reações cardiovasculares: queda da pressão arterial, aumento da frequência cardíaca, tontura, desmaios e até perda de consciência.
Diagnóstico de alergia alimentar
Para se confirmar um diagnóstico de alergia alimentar é preciso ter muito cuidado e atenção. A história clínica precisa ser bem detalhada, no sentido de avaliar se o aparecimento dos sintomas realmente coincide com a ingestão do alimento. Na dúvida, é importante a avaliação de um profissional com experiência em alergia alimentar. O grande problema hoje em dia são diagnósticos incorretos que submete a criança a dietas restritivas desnecessárias que podem comprometer o seu estado nutricional, além de causar um stress na família por conta de conseguir fazer a dieta de restrição. Portanto, para se orientar uma dieta restrita é importante ter certeza absoluta do diagnóstico.Os exames complementares ajudam no diagnóstico final mas, os resultados precisam ser avaliados com cautela e deve ser relacionado com os sintomas.
Tratamento para alergia alimentar
Logo após a confirmação da alergia alimentar, a única terapia eficaz é a exclusão do alimento. O médico deve fornecer à família, informações detalhadas sobre leitura de rótulos, alimentos substitutos na dieta para manutenção de uma adequada oferta calórica, lista de sinônimos do alimento, possíveis fontes ocultas e orientações de como tratar eventuais escapes na dieta. Nas consultas de rotina, o acompanhamento do ganho de peso e do crescimento (da criança e/ou adolescente) devem ser cuidadosamente avaliados, evitando, assim, qualquer comprometimento nutricional.
Criança com alergia alimentar
Cuidar e seguir uma criança com alergia alimentar é um grande desafio. Portanto uma parceria entre o médico e a família é de extrema importância para garantir um crescimento e desenvolvimento adequado, bem como um relacionamento saudável com os alimentos.
A alergia alimentar é para a vida toda?
A tolerância aos alimentos pode se desenvolver com o passar do tempo e as alergias alimentares se resolverem de forma natural. A idade com que essa tolerância irá ocorrer varia conforme cada caso e depende do tipo de alimento. Por isso é necessário manter o acompanhamento médico regularmente.