17 jun Uso de repelente na infância
A procura por repelentes, principalmente, no verão é grande. Em especial pelo fato de tantas doenças serem transmitidas hoje em dia por insetos, como a dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
No mercado existem várias marcas disponíveis, por isso é importante que os pais saibam um pouco mais sobre essas substâncias. Antes de escolher é preciso considerar a idade da criança, a substância ativa e o nível de tolerância ao repelente.
Tipos de repelentes
Os repelentes podem ser naturais ou sintéticos, e agem formando uma camada de vapor com odor na pele, que repele os insetos. Existem três principais tipos de repelentes de insetos no Brasil, são eles: a Icaridina, o DEET e o IR3535. Todos, se mal utilizados, podem provocar efeitos tóxicos. Portanto é importante respeitar o rótulo e só aplicar repelentes destinados à idade da criança, seguindo sempre as recomendações do fabricante, principalmente, o tempo de ação.
- Icaridina: é um derivado da pimenta, o mais potente de todos os repelentes. Tem uma proteção prolongada por cerca de 10 horas, portanto pode ser aplicado somente uma vez ao dia. Existem apresentações em spray e gel, sendo a apresentação em gel já liberada para bebês acima de 6 meses.
- DEET: é o mais comum, presente em várias marcas. As apresentações podem ser em loção ou spray, são eficazes e, quanto maior a sua concentração, maior o tempo de proteção. Para as crianças, as apresentações têm cerca de 9% de DEET. São indicados somente para maiores de 2 anos e duram até 2 horas. Portanto é necessário o seu uso com uma maior frequência, no máximo três vezes ao dia. Para maiores de 12 anos, as apresentações do DEET têm concentração de 14%, promovendo uma proteção mais prolongada de cerca de 6 horas.
- IR3535: é indicado para bebês acima de 6 meses e gestantes, com um tempo de proteção curto, cerca de 3 horas. Também necessita de um número maior de aplicações para uma proteção eficaz.
Repelente a base de óleos naturais
Os óleos naturais são os mais antigos repelentes conhecidos e parecem ter uma eficácia razoável, mas, por serem altamente voláteis, evaporam rápido e protegem por pouco tempo, cerca de 1 a 2 horas. Os mais utilizados são óleo de soja (2%), óleo de citronela e óleo de andiroba. Mais recentemente, o óleo de eucalipto – limão, formulado a 30%, mostrou uma eficácia comparável ao DEET 20%, com proteção mais prolongada, por cerca de 5 horas. Se tornou, então, o mais recomendado dos óleos naturais, indicado para crianças acima de 3 anos.
Dicas para evitar as picadas de insetos
- Nos períodos do nascer e pôr do sol, as janelas devem permanecer fechadas para reduzir a entrada de mosquitos. O Aedes ataca mais durante as primeiras horas da manhã e no fim de tarde. Tem predileção por tornozelos, portanto é importante proteger essa área na criança;
- Evitar uso de roupas coloridas ou escuras e perfumes, pois atraem mais insetos;
- O uso do ar condicionado ajuda a manter os mosquitos afastados;
- Nas farmácias você encontra alguns sprays a base de permetrina 0,5% para aplicar nas roupas e telas;
- Os repelentes elétricos com liberação de inseticidas são úteis e diminuem a entrada de mosquitos se colocados próximos a portas e janelas. Deve-se ter cuidado com os repelentes líquidos pelo risco de ingestão acidental das crianças, e os aparelhos ultrassônicos ou que emitem luz não têm eficácia comprovada.
Recomendações gerais para o uso dos repelentes
- Nunca usar antes dos 6 meses de vida. Para a proteção dessas crianças é necessário o uso de mosquiteiros e telas de proteção;
- A aplicação deve ser feita sempre por um adulto e não devemos esquecer de lavar as mãos;
- Aplicar no máximo três vezes ao dia pelo risco de toxicidade;
- Evitar aplicar nas mãos das crianças devido ao perigo de ingestão;
- Não aplicar repelente quando a criança for dormir, pois cobrir a pele durante o sono impede a evaporação, aumentando a absorção e o risco de toxicidade;
- Não usar produtos combinados de repelentes e protetores solares, pois protetores solares devem ser aplicados com uma maior frequência.